Por longos cinco anos, de 2013 a 2018, o RH, empresas de tecnologia e consultorias, se debruçaram sobre o Layout e manual prático, com o objetivo de se preparar para a entrada em produção do projeto, que teve por muitas vezes seu início postergado, seja para aprimoramentos de versionamentos, mudanças de Governos, gestão e necessidade de mais tempo para que as empresas se preparassem para este desafio.

Finalmente, 2018 foi o ano de início, momento em que as primeiras empresas começaram a transmitir suas informações para o ambiente do FISCO (Receita Federal), transmissões essas de forma organizada, por etapa, com tempo de adaptação. A grande torcida era ter os XMLs transmitidos e “recibados”, o que significaria que as transmissões haviam sido feitas com sucesso e o prazo cumprido.

Foi uma luta, muitos desafios, anos de estudo, “pedras quebradas”, caminhos trilhados. O RH de forma geral, foi o grande responsável por fazer o projeto acontecer, afinal, mais de 80% das informações transacionadas eram do departamento, sem que nos esqueçamos dos dados tributários e de Saúde e Segurança do Trabalho, que complementavam as informações de atendimento.

Diante deste cenário fica cada vez mais fácil dizer que o projeto é de responsabilidade do RH, correto? Vamos refletir sobre alguns pontos importantes antes de definirmos?

– Com relação a folha de pagamento, os dados são processados nos sistemas de gestão de folha e como consequência transmitidos para o eSocial. O eSocial prove cálculos, assim como a folha de pagamento, o que eleva o grau de atenção, pois temos dois “relógios” que precisam estar sincronizados.

– Quantas empresas usam o ambiente do eSocial, mais especificamente o portal do eSocial, para transmitir informações da Folha de Pagamento? Os profissionais de Recursos Humanos que conhecem o eSocial a fundo, sabem que usar o portal é uma verdadeira “loucura”, esta deveria ser uma opção apenas de contingência e não o modelo definido pela corporação para a entrega.

– A Receita Federal desenvolveu o módulo Processo Trabalhista de forma independente do eSocial Geral. Essa lógica é evidenciada pela geração da DCTFWEB apartada da Folha e REINF, além de possibilitar através de procuração eletrônica, gerada através do portal eCAC, que terceiros atuem no módulo, sem interferência ou qualquer conexão com o módulo geral.

– De onde são provenientes as informações necessárias para alimentar os campos do Layout do módulo Processo Trabalhista? Dos sistemas de Folha? Podemos adiantar que mais de 95% dos dados necessários para atendimento do módulo Processo Trabalhista do eSocial não estão no sistema de Folha de Pagamento.

– O fato de alguns sistemas de folha terem desenvolvido o módulo te levou ao entendimento então, de que essa seria uma obrigação do departamento de RH? Ou uma vez que os profissionais que atendem o eSocial, a mais de 5 anos no ambiente de produção, já familiarizados com os temos técnicos do Layout do eSocial e manual prático, facilitaria no atendimento do projeto?